14 | Fevereiro | 2013

Introdução a Doenças Autoimunes do Sistema Nervoso

A principal célula do sistema nervoso é o neurônio. Essa célula possui um prolongamento citoplasmático responsável pela condução do impulso nervoso que é frequentemente revestido por uma bainha de esfingolipídeos, chamada bainha de mielina. Essa bainha é responsável pelo aumento da velocidade da condução do impulso nervoso. A doença autoimune aqui apresentada está relacionada com a desmielinização dos neurônios, sem ocorrer a degeneração neuronal.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

CONCEITO: A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central. Caracterizada pela desmielinização das bainhas que cobrem os axônios cerebrais e medulares evitando a sua comunicação mediante impulsos nervosos. Não se conhecem ainda as causas da doença embora sejam plenamente conhecidos os mecanismos envolvidos no desenvolvimento dela. Sabe-se, porém, que a evolução difere de uma pessoa para outra e que é mais comum nas mulheres e nos indivíduos de pele branca que vivem em zonas temperadas. É uma doença que atinge a adultos jovens entre 20 e 30 anos. A esperança de vida de indivíduos com EM é de cinco a dez anos inferior à média da população não afetada. Cerca de 40% dos portadores de EM chegam à sétima década de vida, 90% são ainda capazes de caminhar dez anos depois do aparecimento da doença e 75% quinze anos depois.

SINTOMAS: A doença pode manifestar-se através de qualquer sintoma neurológico, dependente da localização da placa de desmielinização. Os sintomas são transitórios, podem ocorrer a qualquer momento e evoluem com o tempo. Eles vão e voltam independentemente do tratamento. A pessoa pode passar dois ou três anos apresentando pequenos sintomas sem dar importância porque depois de alguns dias eles desaparecem.

OUTROS:

Dor facial
Formigamento ou ardência de braços e pernas
Atenção e capacidade de julgamento diminuído, perda de memória
Dificuldade para raciocinar e resolver problemas
Depressão
Perda de audição
Problemas de ereção
Problemas com a lubrificação vaginal
Falha na fala e na deglutição
A fadiga é um sintoma comum e incômodo à medida que a esclerose múltipla progride. Muitas vezes piora no fim da tarde.

EXAMES: A doença é diagnosticada com a exclusão de outras doenças. Os exames incluem:

Punção lombar para exames do líquido cefalorraquidiano, incluindo bandagens oligoclonais no LCR
Ressonâncias magnéticas do cérebro e da coluna são importantes para ajudar a diagnosticar e seguir a esclerose múltipla

Estudo da função nervosa (exames de potencial evocado)

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TRATAMENTO: Não existe uma cura eficaz contra a esclerose múltipla. O tratamento baseia-se na tentativa de melhoria das funções fisiológicas comprometidas depois de um ataque e na prevenção de novos episódios. Os medicamentos usados para diminuir a progressão da esclerose múltipla devem ser tomados em longo prazo e incluem:

Interferons
Fingolimode
Metotrexato, azatioprina, imunoglobulina intravenosa (IVIg) e ciclofosfamida.
Os esteroides podem ser usados para diminuir a gravidade dos ataques.
Medicamentos para reduzir os espasmos musculares, como baclofeno ou uma benzodiazepina
Medicamentos colinérgicos para reduzir os problemas urinários
Antidepressivos para sintomas de humor e comportamento
Amantadina para fadiga

Também podem ser úteis para pessoas com EM:

Fisioterapia
Aparatos de assistência, como cadeiras de rodas, levantadores de cama, cadeiras para o banho, andadores e corrimãos
Um programa planejado de exercícios
Um estilo de vida saudável, com boa alimentação e repouso e relaxamento suficientes
Evitar fadiga, estresse, temperaturas extremas e outras doenças
Fazer mudanças em casa para evitar quedas.

Imagem disponível em: < blog.saramatos.com > Acesso 05/02/2013

A Federação Internacional da Esclerose Múltipla declarou a última quarta- feira de maio como Día Mundial de la Esclerosis Múltiple. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) promove o “Dia Feliz ABEM”. A data comemorativa apóia à integração social dos portadores, familiares e amigos, num almoço com karaokê oferecido pela instituição. De acordo com a Federação Internacional de Esclerose Múltipla, cerca de 2,5 milhões de pessoas sofrem desta doença em todo o mundo. No Brasil, a estimativa da ABEM, mostra que existem mais de 35 mil portadores, sendo que desse total apenas oito mil recebem tratamento adequado devido à demora no diagnóstico. GRAVIDEZ & EM A análise, liderada pela chefa de epidemiologia ambiental e genética do grupo de pesquisa do Murdoch Children’s Research Institute, na Austrália envolveu mais de 800 mulheres com idades entre 18 e 60 anos das quais 300 delas haviam tido um primeiro episódio dos sintomas da EM e sendo as demais participantes completamente saudáveis. Os resultados, publicados no periódico Neurology, apontaram que mulheres que tinham pelo menos uma criança tinham cerca de metade do risco de apresentar sintomas iniciais em comparação a aquelas que não tinham filhos. A pesquisa também mostrou que a probabilidade caía ainda mais quanto mais filhos a pessoa tinha. Assim, mulheres com três filhos apresentaram um risco 75% menor e mulheres com cinco ou mais crianças, 94% menor.

Vídeo Elucidativo